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Dvar Torah 23ª Parashat: Pekudê





Dvar Torah דבר תורה
(Palavra de Torá) 

23ª Parashat Pekudê (23 de mar.- 29 de mar.)

Escrito por: Israel Gusmão 

פקודי Vayakhel (Enumeração) 

Shemot /Êxodo 38:21-40:38

"Esta é a numeração das coisas usadas no tabernáculo do testemunho, que por ordem de Moisés foram contadas para o ministério dos levitas, por Itamar, filho de Aarão, o sacerdote."

1ª Aliyah (Domingo): Shemot 38:21-39:1

2ª Aliyah (Segunda-feira): Shemot 39:2-21

3ª Aliyah (Terça-feira): Shemot 39:22-32

4ªAliyah (Quarta-feira): Shemot 39:33-43

5ª Aliyah (Quinta-feira): Shemot 40:1-16

6ª Aliyah (Sexta-feira): Shemot 40:17-27

7ª Aliyah (Sábado): Shemot 20:28-38


Haftarah (Os Profetas)

I Reis 7:51-8:21

Brit Chadashá (Novo Testamento)

Marcos 10:1-52




 ב''ה

Comentários:

O Tabernáculo, o Tabernáculo. A palavra מִּשְׁכָּן é escrita aqui duas vezes como uma alusão ao Templo Sagrado que foi tirado de nós como uma promessa ( מַשְׁכּוֹן ) nas duas vezes em que foi destruído por causa das transgressões de Israel. O Tabernáculo sendo um testemunho - isto é, é um testemunho para Israel de que o Santo, bendito seja Ele, perdoou o povo pelo pecado do Bezerro de Ouro, pois Ele concordou em deixar Sua presença habitar entre eles.

A parashá dessa semana nos ajuda a entender como funciona a jornada de fé de todo aquele que procura seguir os ensinamentos bíblicos. "Então, a nuvem cobriu a tenda da congregação, e a glória do Senhor encheu o tabernáculo." A palavra que é traduzida como "Glória" é Kavod, que significa "peso". por não haver uma palavra específica em hebraico para "glória", kavod é usada nesse texto para mostrar que a glória de D'us se manifestou de maneira física, palpável por ocasião da inauguração do mishkan.


"Moisés não podia entrar na tenda da congregação, porque a nuvem permanecia sobre ela, e a glória do Senhor enchia o tabernáculo." Quando diz que encheu o tabernáculo, isso é uma alusão profética a algo que seria pleno no futuro. E sempre que algum profeta via D'us enchendo o templo com sua glória, se tratava de algo profético, fazendo alusão à Yeshua. 


Ora, Moisés não podia entrar na tenda quando esta estava cheia da glória de D'us. Mas sobre Yeshua é dito "porquanto, nele, habita, corporalmente, toda a plenitude da Divindade." E novamente "Porquanto há um só D'us e um só Mediador entre D'us e os homens, Cristo Jesus, homem". Ou seja, Toda manifestação e toda glória que não podemos suportar, habita de forma corpórea em Yeshua, e ele mesmo é quem dá acesso ao Pai. Assim, podemos entrar sem medo na presença do Pai por meio de Yeshua.

Logo depois, a torá vai dizer que de acordo com a movimentação da nuvem o acampamento partia ou parava. Assim é a vida do crente, em constante movimento! O ensino é que D'us guia a vida de seus filhos e os conduz ao melhor caminho. Muitas vezes passamos por momentos difíceis, mas devemos lembrar que estamos de passagem e que temos um destino certo. Assim como o povo andava e parava, há momentos em que D'us coloca testes para fortalecer a nossa fé e há momentos em que paramos para nos refrescar nos oásis da vida até a próxima partida. O mais importante é ter em mente que D'us sempre sabe o caminho e conduz a cada passo, e não nos abandonará em momento nenhum.


Outra aplicação sobre as partidas do acampamento é com relação às igrejas que muitas vezes pararam no tempo. O povo sempre se movimentava rumo a um destino certo e sempre avançava em direção a ele. No entanto, muitas igrejas pararam no tempo! Se acomodaram no trabalho de seu fundador e não avançaram no trabalho iniciado. Assim, muitas delas não evoluíram ou até mesmo estão com a identidade comprometida. A vontade de D'us é que seus filhos cresçam e descubram cada vez mais de sua palavra, até chegar à estatura de Yeshua.


Haftará
era muito pequeno para conter os holocaustos e as ofertas de manjares, pois eles trouxeram muitos. O rabino José disse a ele: Não está já escrito (Reis 1:3), “Mil holocaustos Salomão ofereceu naquele altar que Moisés havia feito”, e quando alguém calcula o número de côvados e o número de holocaustos, [ele descobrirá que] este de pedras era maior que o de Moisés, pois no altar de Moisés o lugar da ‘maarachah’, o lugar geralmente usado para o sacrifício, era apenas um côvado por um côvado, enquanto neste o lugar de sua ‘maarachah’ era de vinte e quatro côvados por vinte e quatro côvados. Portanto, o de Salomão era 576 vezes maior que o de Moisés. Se sim, qual é o significado de “o rei consagrou o meio do pátio?” Isso significa que ele colocou o altar de pedra nele, preso ao chão.



Ainda estudando sobre a construção do templo por Shlomo (Salomão), novamente a Glória de D'us enche o templo e ninguém pôde entrar. O rei Shlomo faz uma oração com uma série de petições. Me chama a atenção que ele pede para que os estrangeiros que viessem adorar a D'us tivessem sua adoração aceita e que aquela lugar fosse um espaço de oração para todos os povos. Assim como no Sinai, a torá foi dada no deserto para que toda a humanidade aprendesse e observasse os mandamentos. E também os comentários sobre Êxodo 20 dizem que D'us falou em 70 vozes para que toda a humanidade ouvisse. 

E todo povo via os trovões- Rabi Iochanan Ben Zacái explica assim esse versículo: "Vozes não são vistas, mas sim ouvidas; também trovões só podem ser ouvidos e não vistos. Mas o sentido exato da frase é que o povo percebeu as vozes que acompanharam os trovões; o povo compreendeu a substância transcendental deste aviso acompanhado por trovões e relâmpagos. Como o texto menciona Colot (vozes, no plural) e não Col (voz no singular), podemos deduzir que a voz do Sinai dividiu-se em 70 vozes, em 70 idiomas, para que todos os 70 povos desta época pudessem ouvir e entender no seu respectivo vernáculo a proclamação do Sinai. Em outras palavras, aquilo que a voz do shofar proclamou no Monte Sinai não apelou exclusivamente ao coração ou a consciência do povo de Israel, mas sim aos corações de toda a humanidade.". O mesmo acontece em relação ao primeiro mandamento "Eu sou o Eterno teu D'us" que, visto ter esse versículo a sequência "que te tirei da terra do Egito, da casa dos escravos", poderia ser interpretado como se fosse dirigido exclusivamente ao povo de Israel. Mas para pedir essa interpretação errônea, os sábios explicam que a oração sublime da fé judaica Shemá Israel (Escuta Israel) na qual proclamamos que D'us é Um, é dirigida Lechól Batê Olam, a toda a Humanidade. Chegará o dia em que todos os seres humanos hão de confessar conosco que só existe um único D'us, um único Poder Supremo, transcendental, metafísico, que dirige e orienta o destino do Universo. 

Salomão profeticamente orou por todas as pessoas de todas as nações que se converteriam ao D'us de Israel. E assim vemos que após Yeshua subir ao céu os discípulos, em especial Shaul (Saulo/Paulo), expandiram o evangelho aos gentios; muitos deles se converteram da idolatria e se voltaram para D'us. O ministério dos apóstolos cumpre o chamado de Abraão, que passa pelo ministério do templo e tem um pleno cumprimento em Yeshua. Nele, todos são abençoados segundo a promessa feita a Abraão. E a oração de Salomão se cumpriu também nos dias dele, quando a rainha de Sabá e os outros reis da terra vinham ouvir a sabedoria de Salomão e o D'us de Israel.

Brit chadashá

"Então, Yeshua, olhando ao redor, disse aos seus discípulos: Quão dificilmente entrarão no reino de D'us os que têm riquezas." Um jovem rico aparece diante de Yeshua e lhe pergunta o que é necessário para ser salvo. Yeshua responde que ele deveria obedecer aos mandamentos e que só uma coisa faltava para ele: deixar de confiar nas riquezas e colocar a confiança inteiramente em D'us. Há evidências de que aquela pessoa acreditava mais nas riquezas do que em D'us, prova disso é o que diz o verso "Ele, porém, contrariado com esta palavra, retirou-se triste, porque era dono de muitas propriedades." E logo em seguida "Os discípulos estranharam estas palavras; mas Jesus insistiu em dizer-lhes: Filhos, quão difícil é [para os que confiam nas riquezas] entrar no reino de D'us!"

O problema daquele jovem era que os bens o impediram de entrar no reino dos céus por ele depositar mais fé nas riquezas que em D'us; se chateou porque não queria abandonar o que tinha. Esse tipo de gente tem entusiasmo com a palavra, mas os prazeres e os cuidamos do mundo sufocam a pessoa e ela abandona a palavra. Yeshua já tinha advertido que o sustento vem de D'us e que não é necessário ficar ansioso, pois o Pai Celeste cuida de todas essas coisas.


"Duas coisas te peço; não mas negues, antes que eu morra: afasta de mim a falsidade e a mentira; não me dês nem a pobreza nem a riqueza; dá-me o pão que me for necessário; para não suceder que, estando eu farto, te negue e diga: Quem é o Senhor? Ou que, empobrecido, venha a furtar e profane o nome de D'us." D'us não condena a riqueza, pelo contrário, ele promete que seus filhos serão abençoados. Mas também, atravéz do princípio do dízimo diz ao adorador que o sustento vem dEle. O problema não está no dinheiro, mas em como é administrado e no egoísmo da pessoa em não reconhecer a D'us como fonte de bênção.



Reflexão: O mishkan era o lugar onde D'us estava com o povo, e pela brit chadashá também somos templo do espírito de D'us. A nossa vida reflete a glória de D'us?






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Escrito por: Israel Gusmão



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