Teshuvá תשובה
Uma Jornada de Fé
Com Mão Poderosa e Braço Estendido: Uma Jornada de Redenção e Esperança
Quando o clamor dos escravos atravessou os céus do Egito e chegou ao trono de D'us, o Eterno lembrou-se da sua aliança com Avraham, Yitzhak e Yaakov. Por gerações, os filhos de Israel carregaram pesados fardos, moldando tijolos para monumentos que não eram seus, construindo cidades para um rei que não os reconhecia como filhos livres. Mas D'us, cujo amor é eterno e cuja promessa jamais falha, ergueu a sua mão poderosa e com braço estendido desafiou Faraó e todo o panteão egípcio.
Faraó, endurecido em seu orgulho, recusava-se a libertar o povo. Vieram as pragas como sinais da soberania de D'us sobre todas as coisas: o Nilo transformado em sangue, a invasão de rãs, os enxames de piolhos e moscas, a peste sobre os animais, as últimas pragas que devastaram o Egito. Mesmo assim, o coração do rei permanecia inflexível. Foi apenas com a décima praga — a morte dos primogênitos — que o Egito se dobrou diante da vontade do Altíssimo.
Naquela noite de Pêssach, o sangue do cordeiro aspergido nos umbrais das portas dos israelitas era o selo de proteção do Eterno. Enquanto os gritos de dor ecoavam nas casas dos egípcios, os filhos de Israel partiam apressadamente, com pão sem fermento nas sacolas e esperança no coração. Era o início de uma jornada que não apenas libertaria uma nação, mas redefiniria o que significa ser um povo guiado por D'us.
A Travessia do Impossível
Com corações ainda aturdidos pela recente libertação, os israelitas chegaram às margens do Mar Vermelho. Atrás deles vinha o exército do Egito, que havia mudado de ideia e agora perseguia os libertos com carruagens e lanças. Diante deles, o vasto mar impedia qualquer avanço. O desespero se abateu sobre o povo, que questionava se seria melhor ter permanecido como escravo.
Mas D'us não os havia abandonado. Moshe (Moisés), em obediência ao comando divino, ergueu seu cajado. O Eterno soprou um vento poderoso, partindo as águas e abrindo um caminho seco em meio ao mar. As muralhas de água se erguiam dos dois lados enquanto o povo atravessava com os pés em terra firme.
Cada passo naquela travessia era um ato de fé, uma declaração de confiança no Eterno. Quando todos os filhos de Israel chegaram ao outro lado, D'us fez com que as águas voltassem ao seu lugar, destruindo o exército inimigo. O mar, antes uma barreira intransponível, tornou-se o cenário de uma vitória divina. “O Senhor pelejará por vós, e vós vos calareis” (Shemot 14:14).
Do Deserto ao Céu
A liberdade trouxe novos desafios. O deserto — vasto, árido e aparentemente implacável — tornou-se o campo de treinamento espiritual de Israel. Cada dia era uma lição de dependência total de D'us.
Quando a fome chegou, D'us fez chover maná, o pão celestial. Branco como coentro e doce como mel, ele alimentava o corpo e lembrava ao povo que o Eterno provê todas as suas necessidades. Não podiam armazená-lo, pois cada novo dia trazia uma nova porção, ensinando que a fé é um compromisso diário.
A sede também foi saciada de maneira sobrenatural. Em Horebe, Moshe feriu a rocha conforme o comando divino, e dela jorrou água abundante. O D'us que abriu o mar era o mesmo que fazia brotar água da rocha, provando que nada é impossível para Ele.
A coluna de nuvem que os guiava durante o dia era a própria presença divina, oferecendo proteção contra o calor escaldante do deserto. Durante a noite, a coluna de fogo iluminava o caminho, afastando o frio e os perigos da escuridão. Essas manifestações tangíveis do cuidado divino eram lembretes constantes de que D'us estava com eles.
A Jornada dos Fiéis
A história da libertação de Israel e da peregrinação pelo deserto não é apenas um registro histórico, mas uma potente imagem da vida espiritual de todo fiel que busca a Canaã celestial. Assim como Israel foi liberto da escravidão no Egito, somos libertos da escravidão do pecado pelo sacrifício de Yeshua HaMashiach (Jesus, o Messias), o verdadeiro Cordeiro de D'us.
O deserto representa os desafios da existência terrena. Há momentos de sede, fome espiritual, cansaço e dúvida. Entretanto, o mesmo D'us que sustentou Israel também sustenta a nós hoje. O maná celestial — a Palavra de D'us — nos alimenta e fortalece, enquanto o Espírito Santo guia nossos passos, assim como a coluna de nuvem e fogo guiava o povo.
Quando enfrentamos obstáculos aparentemente intransponíveis, lembramo-nos de que o mesmo D'us que abriu o Mar Vermelho ainda é poderoso para abrir caminhos onde não há saída. Cada provação é uma oportunidade para vermos a mão poderosa do Eterno em ação.
A Terra Prometida Nos Espera
Assim como Israel atravessou o Jordão e entrou em Canaã, nós também atravessaremos o último grande obstáculo — a morte — para entrar na Canaã celestial. A promessa do Eterno permanece: um lar onde não haverá mais dor, pranto ou morte. Essa Terra Prometida nos aguarda, preparada pelo próprio D'us.
E naquele dia glorioso, assim como Miriam cantou ao lado do mar, nós também entoaremos o cântico dos remidos: “O Senhor é a minha força e o meu cântico; Ele se tornou a minha salvação” (Shemot 15:2).
Que cada um de nós persevere com fé, sabendo que o Deus que liberta é o mesmo que guia, provê e cumpre cada promessa com amor eterno.









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