Teshuvá תשובה
O Mistério do Santuário: A Chave para o Plano da Redenção e o Juízo Final
O Estudo do Santuário Celestial Segundo a Visão Adventista
Desde a queda do homem no Éden, D'us estabeleceu um plano para restaurar a humanidade ao seu estado original de santidade e comunhão com Ele. Esse plano foi revelado através do santuário terrestre, um modelo que refletia a realidade celestial. O santuário não era apenas um local de adoração, mas uma representação visual do plano da salvação. Cada móvel, cada sacrifício e cada cerimônia tinham um significado profundo, apontando para a obra redentora de Cristo. Este estudo busca explorar detalhadamente a organização do santuário terrestre, a simbologia dos seus elementos, os sacrifícios ali realizados e sua relação com a profecia de Daniel 8:14 e seu cumprimento em 1844.
A Origem e Organização do Santuário Terrestre
O conceito do santuário surgiu logo após a saída de Israel do Egito. Em Êxodo 25:8, D'us ordenou a Moisés:
"E me farão um santuário, e habitarei no meio deles."
O santuário terrestre foi um modelo dado por D'us a Moisés no Monte Sinai (Êxodo 25:9, 40) e servia como um tipo ou representação do verdadeiro Santuário Celestial (Hebreus 8:1-2).
O santuário era dividido em três partes principais: o pátio, o Lugar Santo e o Lugar Santíssimo. Cada uma dessas áreas desempenhava uma função específica no ritual do santuário e refletia diferentes aspectos do ministério de Cristo. No pátio, os pecadores levavam suas ofertas e confessavam seus pecados sobre o animal sacrificado. O Lugar Santo era o espaço de intercessão e santificação, enquanto o Lugar Santíssimo representava a presença plena de Deus e era acessado apenas uma vez por ano, no Dia da Expiação.
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| Tabernáculo (parte externa) |
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| Pátio do Santuário |
A estrutura do santuário era feita conforme o modelo celestial, como visto em Êxodo 25:9 e Hebreus 8:5. D'us escolheu a tribo de Levi para ser responsável por seu serviço, sendo que Arão e seus descendentes assumiriam o sacerdócio.
Organização no Deserto e a Tribo Responsável
D'us designou a tribo de Levi para ser responsável pelo serviço no tabernáculo (Números 1:50-53).
O sumo sacerdote deveria vir da linhagem de Arão (Êxodo 28:1).
Os levitas eram divididos em três grupos principais:
- Coatitas: responsáveis pelo transporte dos móveis sagrados.
- Gersonitas: encarregados das cortinas e coberturas.
- Meraritas: cuidavam das tábuas, bases e colunas.
A disposição das tribos ao redor do santuário era simétrica (Números 2), reforçando a centralidade da presença de D'us no meio de Seu povo.
Os Elementos do Santuário e Seus Simbolismos
O santuário continha diversos móveis e objetos sagrados, cada um com significado profundo:
PÁTIO EXTERIOR
- O Altar do Holocausto (localizado no pátio) era feito de bronze e simbolizava a morte de Cristo como sacrifício pelo pecado.
- A Pia de Bronze, também no pátio, era usada para a purificação dos sacerdotes, representando a limpeza espiritual necessária para aproximar-se de Deus.
- A Mesa dos Pães da Proposição, no Lugar Santo, representava Cristo como o Pão da Vida.
- O Candelabro de Ouro, também no Lugar Santo, simbolizava Jesus como a Luz do Mundo.
- O Altar do Incenso, onde o incenso era queimado constantemente, simbolizava as orações dos santos subindo a D'us.
- A Arca da Aliança, localizada no Lugar Santíssimo, continha as tábuas da Lei, o vaso com maná e a vara de Arão, simbolizando a justiça de D'us, Sua providência e Sua autoridade.
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| Arca da aliança |
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| Parte interna da Arca (Cajado de Arão, As Tábuas da Aliança e um recipiente com maná) |
- O Propiciatório, onde o sumo sacerdote aspergia sangue no Dia da Expiação, simbolizava a intercessão e expiação feita por Cristo. Os querubins esculpidos na arca e bordados no véu representavam a presença celestial e a santidade do santuário, um símbolo do próprio trono de D'us.
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| Propiciatório (Tampa da Arca da Aliança) |
Os Sacrifícios e Seu Propósito
Tipos de Sacrifícios
- Holocausto (Levítico 1:3-17): Representava a consagração total a D'us e apontava para o sacrifício perfeito de Cristo.
- Oferta de Manjares (Levítico 2:1-16): Representava ações de graças e dedicação.
- Sacrifício Pacífico (Levítico 3:1-17): Simbolizava comunhão e paz entre D'us e o adorador.
- Oferta pelo Pecado (Levítico 4:1-35): Simbolizava a expiação e apontava para o sacrifício de Cristo.
- Oferta pela Culpa (Levítico 5:14-19): Relacionada à reparação de pecados específicos.
Todos esses sacrifícios apontavam para Jesus, o Cordeiro de D'us que tira o pecado do mundo (João 1:29).
O Dia da Expiação e Sua Aplicação Profética
O Dia da Expiação e Sua Aplicação Profética (Daniel 8:14 e 1844)
O Dia da Expiação no Antigo Testamento
O Yom Kipur (Levítico 16) era o dia mais solene do calendário judaico. Nele, o sumo sacerdote entrava no Lugar Santíssimo e realizava a purificação do santuário. O ritual envolvia:
- O sacrifício de um novilho pelos pecados do sumo sacerdote.
- O sorteio entre dois bodes:
- Bode para o Senhor (sacrificado pelo pecado do povo).
- Bode emissário (Azazel) (levado ao deserto, simbolizando a remoção definitiva do pecado).
- A aspersão do sangue no propiciatório.
Esse ritual apontava para a obra de Cristo na purificação do santuário celestial.
A Profecia de Daniel 8:14 e 1844
Daniel 8:14 diz:
"Até duas mil e trezentas tardes e manhãs; e o santuário será purificado."
A interpretação adventista entende que essa profecia se refere à purificação do santuário celestial, que começou em 1844.
- O princípio dia-ano (Números 14:34; Ezequiel 4:6) é usado para interpretar os 2300 dias como 2300 anos.
- O início da profecia é 457 a.C., com o decreto de Artaxerxes para restaurar Jerusalém (Esdras 7).
- 2300 anos depois, chegamos a 1844, quando Cristo iniciou Seu ministério de juízo no Lugar Santíssimo do santuário celestial.
Este evento marca o início do Juízo Investigativo, um conceito central na teologia adventista, indicando que D'us está revisando os registros dos justos antes de Sua segunda vinda.
Conclusão
O estudo do santuário é fundamental para compreender a obra da redenção. Cada detalhe do santuário terrestre apontava para Cristo e Sua obra no santuário celestial. A purificação do santuário em 1844 marca o início do juízo investigativo e nos lembra que estamos vivendo no tempo do fim. Compreender essa mensagem nos convida a uma vida de arrependimento, preparação e esperança na breve volta de Cristo.














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