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Dvar Torah 15ª Parashat: Bô

 



Dvar Torah דבר תורה
(Palavra de Torá) 

15ª Parashat Bô (26 de jan.- 01 de fev.)

Escrito por: Israel Gusmão 

בא Bô (Vai) 

Shemot /Êxodo 10:1-13:16

"Depois disse Ado-nai a Moshê: vai ao faraó, porque tenho endurecido o seu coração, e o coração de seus servos, para fazer estes meus sinais no meio deles,"

1ª Aliyah: Shemot 10:1-11

2ª Aliyah: Shemot 10:12-23

3ª Aliyah: Shemot 10:24- 11:3

4ªAliyah:  Shemot 11:4- 12:20

5ª Aliyah: Shemot 12:21-28

6ª Aliyah: Shemot 12:29-51

7ª Aliyah: Shemot 13:1-16


Haftarah 

Jeremias 46: 13-28

Brit Chadashá

Mateus 25:1-46

Romanos 9:14-29


ב''ה
Comentários:
Escrito por: Israel Gusmão 

Chegamos a um momento chave na Torá! A parashá dessa semana é altamente profética e ilustra o plano de salvação, como mencionado no comentário da semana passada. Antes de saírem do Egito, era necessário escolher um cordeiro para comê-lo com ervas amargas e matsá (pão sem fermento). Um detalhe curioso é que o sangue do cordeiro deveria ser passado no umbral da porta. Mas por quê? Na cultura egípcia, os umbrais das portas tinham orações aos deuses pedindo proteção. Talvez alguns hebreus também tivessem adotado esse costume, conforme diz a escritora E.G.White (História da Redenção pag 80. Cap 15) e D'us queria que seu povo renegasse a cultura egípcia.

Esse jantar representava a pressa em sair do Egito, lembrando a amargura e o pesar da escravidão outrora vivenciado. As ervas amargas, lembravam da amargura da servidão e a matsá, o pão que era comido diariamente, pois trabalhavam pesado e não tinham tempo para esperar a massa crescer, tornou-se símbolo da liberdade. O cordeiro servido naquela noite estava ocupando o lugar de cada filho primogênito que creu na palavra de D'us. A morte dos primogênitos, foi um evento singular, porque qualquer pessoa, mesmo fora do povo de Israel que cresse e fizesse como D'us ordenou seria poupada. Era uma escolha de crer ou não crer. 


Esse jantar, conecta aquele que participa dele da identidade do povo de D'us. E os apóstolos entenderam isso e ordenaram aos crentes gentios que também celebrassem a festa, como está escrito "Lançai fora o velho fermento, para que sejais nova massa, como sois, de fato, sem fermento. Pois também Cristo, nosso Cordeiro pascal, foi imolado. Por isso, celebremos a festa não com o velho fermento, nem com o fermento da maldade e da malícia, e sim com os asmos da sinceridade e da verdade." Paulo ordena que a festa de pêssach (páscoa) fosse celebrada, pois quem celebra pêssach entende em plenitude o papel de Yeshua e o plano da salvação.

A Haftará se passa no contexto em que Nabucodonosor, rei da Babilônia estava destruindo todas as nações à sua volta e Jeremias profetisa contra o Egito, dizendo que ele seria destruído pelo rei babilônio. Mas a palavra de D'us para os judeus que estavam cativos era de paz e esperança. "Não temas, pois, tu, servo meu, Jacó, nem te espantes, ó Israel; porque eu te livrarei do país remoto e a tua descendência, da terra do seu cativeiro; Jacó voltará e ficará tranquilo e confiante; não haverá quem o atemorize. Não temas, servo meu, Jacó, diz o Senhor, porque estou contigo; darei cabo de todas as nações para as quais eu te arrojei; mas de ti não darei cabo; castigar-te-ei, mas em justa medida; não te inocentarei de todo.".

O texto referente à Brit Chadashá fala sobre como será a segunda vinda de Yeshua. Na parábola das 10 virgens, Yeshua quis mostrar como seria o cenário do povo de D'us na ocasião de sua segunda vinda a este mundo. Yeshua divide as moças em dois grupos, as prudentes e as imprudentes. Embora todas elas estivessem dormindo enquanto esperavam o noivo, a diferença é que cinco delas tinham se preparado e tinham azeite sobrando. O azeite que na parábola, é o símbolo de um relacionamento com D'us. "E ele, respondendo, disse: Em verdade vos digo que vos não conheço."

Concluindo, vemos que pêssach está conectado não só aos evangelhos, mas também com a segunda vinda de Yeshua. O Egito é o mundo e seus valores, o povo de D'us tem a lâmpada da Torá e é iluminado por ela, a promessa de Yeshua é resgatar seu povo e tirá-lo do Egito e ele fará com mão forte e braço estendido. Por isso que celebrar essa festa é importante para todo crente em Yeshua, seja judeu ou não. Pêssach nos conecta às raízes da fé e aponta para o futuro, por isso Paulo ordena que fosse celebrada por todo crente em Yeshua; até o 4° século D.E.C a igreja guardava essa celebração.


Reflexão: No Egito havia dois grupos de pessoas: aqueles que acreditaram e saíram do Egito com os hebreus e aqueles que não acreditaram. Em Mt 25, no dia do julgamento tinha dois grupos de pessoas: obedientes e desobedientes. Pêssach nos dá uma escolha, de qual lado você quer está? Lembre-se da recompensa "vinde benditos de meu pai e entrai no reino"



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Escrito por: Israel Gusmão






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