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Dvar Torah 14ª Parashat: Vaerá



Dvar Torah דבר תורה
(Palavra de Torá) 

14ª Parashat Vaerá (19 de jan.- 25 de jan.)

Escrito por: Israel Gusmão 

וארא Vaerá (Apareci)

Shemot /Êxodo 6:2-9:35

"E eu apareci a Abraão, a Isaque e a Jacó, como o D'us Todo-Poderoso; mas pelo meu nome, o Senhor, não lhes fui perfeitamente conhecido."

1ª Aliyah: Shemot 6:2-13

2ª Aliyah: Shemot 6:14-28

3ª Aliyah: Shemot 6:29- 7:7

4ªAliyah:  Shemot 7:8- 8:6

5ª Aliyah: Shemot 8:7-18

6ª Aliyah: Shemot 8:19-9:16

7ª Aliyah: Shemot 9:17-35


Haftarah 

Ezequiel 28:25-29:21

Brit Chadashá

Mateus 24:1-51

Apocalipse 16:1-21

ב''ה

Comentários

Escrito por: Israel Gusmão

 Na parashá dessa semana, D'us anima Moshê (Moisés) e ordena que ele apresente milagres ao Faraó. Assim Moshê se apresenta ao rei e realiza o milagre do cajado se transformando em serpente; mas quando os magos do faraó fizeram o mesmo, a serpente de Aharon (Arão) engoliu as serpentes dos feiticeiros. Esse deveria ter sido um forte sinal para o Faraó, já que a serpente simbolizava a magia, o poder sobrenatural, e a "magia" de D'us tinha engolido a magia dos egípcios. Era um sinal claro que uma força espiritual mais forte que os deuses estivava agindo em favor dos hebreus.

Não obstante o sinal "o coração do Faraó endureceu-se, e não os escutou, como falara o Eterno". O Faraó era considerado um deus-vivo, responsável por manter a ordem cósmica de todo o Egito, logo as pragas que assolaram o país não eram somente eventos naturais, mas uma batalha entre deuses, a fim de o D'us único fazer seu nome conhecido. A cada praga que caía sobre os egípcios, uma divindade tinha seu poder colocado em cheque. o Nilo, por exemplo, era a personificação do deus Hapi, que garantia a colheita e fertilidade da terra. Uma vez transformado em sangue, o poder de Hapi tinha sido vencido.

Assim, ao ser enviada a quinta praga, a morte de animais, o deus Ápis, representado por um touro com características distintas e que quando morria recebia honrarias de príncipe, perdeu seu poder. Era como se o próprio Faraó perdesse seu poder. Mas, "o coração do Faraó endureceu-se e não enviou o povo". O orgulho de um homem que pensava ser como um deus, cobria seus olhos e o deixava alienado da realidade, fazendo sofrer seu próprio povo. Anos mais tarde, os filisteus depois de roubarem a Arca, aprenderam o que o Faraó deveria ter aprendido " Por quê endurecereis o vosso coração, como o Egito e o Faraó endureceram seu coração? Porventura não os deixaram ir depois de tê-los atingido duramente?"


A Haftará, é uma profecia contra o Faraó e contra o Egito predizendo que haveria um exílio de 40 anos para o Faraó, pois Israel procurou o auxílio do Egito, mas o Egito agiu de forma traiçoeira. Nas palavras do profeta Ezequiel, o monarca egípcio era como um crocodilo imerso nas aguas, orgulhoso e astuto; mas que D'us o arrancaria do rio e puniria o Egito pelas mãos de Nabucodonosor. "Portanto assim disse o Eterno Deus: darei a Nabucodonosor, o rei da Babilônia, a terra do Egito; há de apropriar-se de sua abundância, tomar seus despojos e carregar sua presa; e isso será a retribuição para o seu exército. Dei-lhe a terra do Egito pelo trabalho que fez, porque trabalhou para mim diz o Eterno Deus"

Quanto ao texto da Brit Chadashá, vemos uma grande conexão entre os eventos do Êxodo e o eventos finais antes da segunda vinda de Yeshua. O paralelo entre as pragas do Apocalipse e as pragas do Êxodo mostram que a história dessa parashá quanto das outras parashot (Shemot, Vaerá, Bô e Beshalach) são pano de fundo do plano da redenção; portanto, é imprescindível compreender os primeiros 15 capítulos de Êxodo. Veja: Israel e Yeshua no Egito, a morte dos primogênitos e a matança de Herodes, o cordeiro de pêssach e Yeshua o "cordeiro que tira o pecado do mundo".

Quanto aos eventos finais, a história se repetirá quando o povo de D'us sofrer perseguição quanto à sua fidelidade a D'us; os ímpios sofrem o poder das sete últimas pragas, mas assim como o Faraó não se arrependem. "Com efeito, os homens se queimaram com o intenso calor, e blasfemaram o nome de Deus, que tem autoridade sobre esses flagelos, e nem se arrependeram para lhe darem glória". Mas o povo de D'us que foi fiel é visto cantando o mesmo cântico que Moisés cantou depois de atravessar o mar; assim os salvos cantarão após venceram o poder da besta.


Reflexão: você já se enganou em alguma coisa que queria e mesmo que seus amigos te aconselhassem você parecia irredutível em sua teimosia? Muitas vezes somos como o Faraó que mesmo vendo os milagres, era teimoso para obedecer. Se você é assim, quero convidá-lo a fazer a seguinte oração:

"D'us, eu sou teimoso e tenho um coração duro e muitas vezes tenho cegado meus próprios sentidos para não cumprir a Tua vontade. Molda meu coração e não deixe que ele endureça como o de Faraó, mas faz de mim um servo fiel disposto a ser mudado e ser sensível à sua voz." 


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Escrito por: Israel Gusmão


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