A Triste História do Primeiro Judeu Adventista:

Marcus B. Lichtenstein
ב''ה
A história que Ellen White chama de "A Tragédia de Marcus Lichtenstein"
Marcus era um homem extremamente carismático, de origem judaica ashkenazi, que imigrou da Europa para Portland, cidade onde viveu Ellen White. Foi em Portland que ele se encontrou com as três mensagens angélicas e descobriu o adventismo. Após seu batismo, Marcus tornou-se amigo próximo de Ellen White e começou a trabalhar no ministério de publicações da Review and Herald. Ellen White afirmou que a conversão de Marcus ao adventismo foi uma ação divina, e que D'us o guiou para integrar o ministério de publicações da Review and Herald.
Como judeu ashkenazi, Marcus tinha a aparência característica de seu povo e falava iídiche, o dialeto dos judeus ashkenazim. Isso fazia com que seu inglês fosse imperfeito e carregado de sotaque. Devido a isso, alguns membros adventistas zombavam dele, fazendo piadas de mau gosto sobre sua aparência e seu sotaque. As brincadeiras e provocações eram tão intensas que não condiziam com o comportamento esperado de crentes adventistas.
Por esse motivo, ele ficou profundamente triste e magoado com o antissemitismo (preconceito contra judeus) dos membros daquela época. As constantes humilhações o afetaram tanto que ele decidiu abandonar o ministério de publicações e, em seguida, deixou a igreja. Nunca mais tivemos notícias dele ou soubemos qual foi seu destino.
Ellen White mencionou sobre ele no livro Testemunhos para a Igreja, volume 3, nas páginas 192 e 193, e sua abordagem é especialmente severa ao relatar o ocorrido. Havia, de fato, sentimentos antijudaicos entre alguns dos trabalhadores do escritório da Review? Sim, havia. Não devemos nos surpreender ao encontrar preconceito antijudaico entre os americanos daquela época — esse tipo de preconceito era comum (e ainda é hoje). Ellen White descreve Marcus Lichtenstein como um homem temente a D'us e ficou profundamente entristecida com a partida de seu amigo judeu.
"Marcus Lichtenstein era um homem temente a D'us; mas ele viu tão poucos princípios religiosos verdadeiros nos que estavam na igreja e nos que trabalhavam no escritório, que ficou perplexo, angustiado e enojado. Ele se indignou na falta de consciência na guarda do sábado manifestada por alguns que ainda professavam ser observadores dos mandamentos [...] D'us o havia ressuscitado e em Sua providência o conectou com seu trabalho no escritório. Mas há tão pouco conhecimento sobre a mente e a vontade de D'us por alguns que trabalhavam no escritório, que consideraram essa grande obra de conversão de Marcus do judaísmo como de pouca importância. Seu valor não foi apreciado. Ele frequentemente sofria com a conduta de F [Byron] e de outras pessoas que no escritório ; e quando ele tentou reprová-los, suas palavras foram recebidas com desprezo porque ele tentou se aventurar em instruí-los. Sua linguagem defeituosa foi motivo de brincadeiras e diversão para alguns.."
[Testemunhos para a Igreja, vol. 3, pág. 192, 193]
Marcus também foi o primeiro professor de hebraico na primeira instituição de ensino superior da Igreja Adventista (que hoje é a Andrews) e também dos primeiros pastores adventistas.
Ele escreveu um artigo na Review and Herald sobre a trindade e como isso não afetava seus princípios judaicos primários.
Ellen escreveu que ela tinha grandes esperanças em Marcus Lichtenstein. "Sua educação na religião judaica o teria qualificado para preparar as publicações. Seu conhecimento de hebraico teria sido uma ajuda para o escritório na preparação de publicações por meio das quais poderia ser obtido acesso a uma classe que de outra forma não poderia ter sido alcançada.". Ellen White acreditava que o conhecimento da religião judaica e do hebraico seria valioso para a igreja. E o Marcus, foi uma joia que a igreja infelizmente não soube aproveitar, o desprezando. Sobre o que aconteceu com ele depois que saiu da igreja, nós não sabemos.
Escrito por: Enzo Luigi Dayan
Editado e publicado por: Mateus H. Corrêa
Referências:
George W. Amadon diary, entry for December 14-16, 1870, Byington-Amadon Diaries Collection (012), Box 2, Envelope 29. Center for Adventist Research.↩
Amadon diary, entry for January 14, 1871, Byington-Amadon Diaries Collection (012), Box 2, Envelope 30. Center for Adventist Research.↩
M. B. Lichtenstein, “Effects of Tobacco,” The Health Reformer June 1871, 283-284.↩
Battle Creek College Bulletin, 1871-1872, Center for Adventist Research, Andrews University; Mary Alicia Steward, “The Beginnings of Our School Work,” ARH, September 18, 1924, 31.↩
See M.B. Lichtenstein, “Did the Red Heifer Typify Christ?” ARH, April 11, 1971, 135; M. B. Lichtenstein, “Elohim, Singular or Plural,” ARH, July 29, 1873, 53; M. B. Lichtenstein, “Quoting Words,” ARH, February 8, 1877, 42-43; M.B. Lichtenstein, “Selah,” ARH, April 5, 1877, 112; M.B. Lichtenstein, “Bible Butter,” Adventist Review, April 26, 1877, 131.↩
Ellen G. White, Testimony to the Church at Battle Creek (Battle Creek, MI: Seventh-day Adventist Publishing Association, 1872), 103. https://egwwritings.org/?ref=en_PH123.103.1¶=337.357↩
Ibid., 24. https://egwwritings.org/?ref=en_PH123.24.1¶=337.80↩
%2016.42.28_bd0ba167.jpg)

%2016.26.10_4f6275f0.jpg)
Muito bom. Infelizmente homens não consagrados impedem o avanço da obra divina e missionária, Deus quer nos abençoar com novos conhecimentos e estratégias
ResponderExcluir