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As Duas Testemunhas

 Um Estudo Sobre as Duas Testemunhas de Apocalipse 11

Uma análise da visão judaica acerca do texto de Apocalipse 11


ב''ה

Introdução:

Quando ouvimos falar sobre o texto de Apocalipse 11 e as Duas Testemunhas, é comum ouvir diversas interpretações de diversos líderes religiosos ou pensadores cristãos, cada teoria com pensamentos e pontos muito distintos, tendendo quase sempre para um lado mais partidário, político e pessoal do que focando realmente na exegese e hermenêutica do texto em si. 

Portanto, para entender o texto em seu contexto original, precisaremos recorrer, não somente ao entendimento do texto, mas ao entendimento contextualizado da cultura judaica e do pensamento rabínico e farisaico da época em que João escreveu o Apocalipse. 

Esse estudo busca explicar o texto em questão através da ótica judaica utilizada por João no primeiro século da história cristã e assim facilitar a compreensão e a conclusão que tiramos através do estudo desse texto em questão, podendo assim dispensar diversas hipóteses improváveis que surgiram a respeito desse texto de forma errônea. 


Características 

"Darei às minhas duas testemunhas que profetizem por mil duzentos e sessenta dias, vestidas de pano de saco. São essas as duas oliveiras e os dois candeeiros que se acham em pé diante do Senhor da terra. Se alguém pretende lhes causar dano, sai fogo da sua boca e devora os inimigos; sim, se alguém pretender causar-lhes dano, certamente deve morrer. Elas têm autoridade para fechar o céu, para que não chova durante os dias em que profetizarem. Têm autoridade também sobre as águas, para convertê-las em sangue, bem como para ferir a terra com flagelos tantas vezes quantas quiserem. Quando tiverem então concluído o testemunho que devem dar, a besta que surge do abismo pelejará contra elas, e as vencerá, e matará, e o seu cadáver ficará estirado na praça da grande cidade que, espiritualmente, se chama Sodoma e Egito, onde também o Senhor foi crucificado. Então, muitos dentre os povos, tribos, línguas e nações comtemplam os cadáveres das duas testemunhas, por três dias e meio, e não permitem que esses cadáveres sejam sepultados. Os que habitam sobre a terra se alegram por causa deles, realizarão festas e enviarão presentes uns aos outros, porquanto esses dois profetas atormentaram os que moram sobre a terra. Mas, depois de três dias e meio, um espírito de vida, vindo da parte de D'us, neles penetrou, e eles se ergueram sobre os pés, e àqueles que os viram sobreveio grande medo; e as duas testemunhas ouviram grande voz vinda do céu, dizendo-lhes: Subi para aqui. E subiram ao céu numa nuvem , e os seus inimigos as contemplaram. [...]."

(Apocalipse 11:3-13)


Portanto podemos classificar as características das duas testemunhas da seguinte forma:

  1. Profetizam em pano de saco por 42 meses (1260 dias)
  2. São comparadas a duas oliveiras e aos dois candeeiros. 
  3. Têm autoridade para fechar o céu (parar as chuvas) enquanto profetizarem.
  4. Têm autoridade para transformar as águas em sangue 
  5. Têm autoridade para ferir a terra com flagelos/ pragas/ castigos quantas vezes quiserem.  
  6. Uma besta que surge do abismo as matará.
  7. Os povos da terra se alegrarão com a sua morte e celebrarão.
  8. Seu corpo ficará jogado nas praças por 3 dias e meio. 
  9. Após os três dias e meio elas ressuscitam e são levadas ao céu. 

Nesse sentido precisamos primeiramente encaixar essas duas testemunhas na visão judaica expressa no primeiro século, do qual vivia João. e também é necessário entendermos se essa profecia se encaixa em nossa história ou se pode ser aplicada para algum momento futuro. 

Apocalipse 11:1-13 apresenta dois principais temas: o primeiro envolve um ato de medição do santuário, enquanto o segundo trata das duas testemunhas. A interpretação das duas testemunhas, uma das partes mais complexas do livro de Apocalipse, tem sido abordada de diversas maneiras. Elas foram entendidas como representações de diferentes pares, como Enoque e Elias, Moisés e Elias, profetas escatológicos não identificados diretamente com o Antigo Testamento, entre outros.

Essa passagem altamente simbólica de Apocalipse 11:3-13, como toda a seção apocalíptica do livro (capítulos 4-22a), levanta duas questões principais: se as duas testemunhas simbolizam a igreja, a igreja e a sinagoga, ou o Antigo e o Novo Testamento. Embora muitos comentaristas identifiquem as duas testemunhas como figuras históricas, principalmente do Antigo Testamento, frequentemente elas são também consideradas representantes da igreja. 

Porém nesse estudo iremos abordar a cosmovisão judaico-cristã do primeiro século, a mesma utilizada por João ao escrever o livro de Apocalipse. 



A Lei:


Ao analisarmos como eram divididas as Escrituras durante toda a história do judaísmo, ficará mais fácil compreendermos esse sentido. Portanto, analisemos juntos: 

Ao descer Moisés por 8 vezes no monte Sinai, ele não somente recebeu de D'us, as tábuas da aliança, escritas em pedras de safira, tiradas do próprio trono de D'us, mas também recebeu a iluminação e revelação sobre o futuro e o passado do povo de Israel, escrevendo no alto do Sinai, os 5 primeiros livros da Bíblia Sagrada, conhecidos como Pentateuco pelos cristãos, e como Torah pelos judeus. 

Esses 5 primeiros livros eram os mais sagrados, pois foram escritos no Sinai, por revelação divina e são conhecidos também como os "Livros de Moisés", "A Lei de Moisés", ou, simplesmente, "A Lei".

A entrega da Torá para Moisés no monte Sinai é um evento central na história judaica e tem profundo significado religioso e cultural. Este evento estabeleceu os princípios fundamentais da fé judaica e da conduta moral, delineando as leis e os deveres do povo de Israel. A Torá, composta pelos cinco livros de Moisés, não apenas guia a prática religiosa, mas também serve como um pacto entre Deus e o povo escolhido, promovendo a identidade e coesão judaicas através dos séculos.


Esses mesmos livros eram escritos em um único rolo em forma de pergaminho e uma cópia desse rolo deveria ficar ao lado da Arca da Aliança no lugar santíssimo do santuário, para que representasse a Lei dada por D'us a Moisés para que transmitisse ao povo. E assim o povo veria a importância dessa Lei. 

A partir de então, vários autores irão assumir um personagem que representaria esses escritos, é claro, sendo representados sempre por Moisés. Ou seja, sempre que ouvimos na Bíblia, um autor se referindo a Moisés, não está se referindo ao profeta em si, mas aos seus escritos, e, no caso de Moisés, a Lei. 



Os Profetas:




Conforme o povo de Israel ia convivendo com outros povos, acabaram por adotar costumes pagãos e idólatras desses povos, coisas que desagradavam a D'us e que fazia com que o povo de Israel se afastasse do caminho da Lei e da aliança do Sinai. 

Portanto, foi necessário que D'us levantasse profetas para que eles aconselhassem e repreendessem o povo e mostrassem para Israel qual era o caminho que deveriam seguir, fazendo-os voltar para a Lei escrita no Sinai. 

Ou seja, se o povo não se desviasse da Lei, jamais seriam necessários outros profetas. Mas por conta dos pecados, isso se tornou necessário para que o povo saísse do caminho errôneo e voltasse para a aliança da qual tinham feito com o Senhor no Sinai. 

Nessa categoria não encontramos somente um livro, mas dezenas deles. E são chamados na Bíblia Hebraica de "Neviim" (Profetas). E são representados por um dos personagens mais marcantes dessas histórias, Elias o Tisbita de Gileade. 

O profeta Elias desempenha um papel crucial na visão judaica por sua atuação como um dos principais profetas do Antigo Testamento. Ele é lembrado por sua coragem ao confrontar o rei Acabe e a rainha Jezabel, promovendo a pureza do culto ao Eterno e resistindo à idolatria. Elias é considerado um modelo de fidelidade e zelo religioso.

Além disso, sua figura profética influenciou profundamente os livros dos profetas no Antigo Testamento. Sua mensagem de justiça, chamado ao arrependimento e defesa da verdade religiosa reverbera através dos escritos dos profetas posteriores, moldando a ética e a teologia do judaísmo. Elias também é central em tradições e lendas judaicas, representando um símbolo de esperança e intervenção divina.




A Lei e os Profetas:

Em diversos versículos Bíblicos podemos ver termos semelhantes a esse, como: A Lei e os Profetas, A Lei e o Testemunho, a Moisés e os Profetas, etc. 
Todos eles irão apontar para Moisés e Elias como representantes das Escrituras:

  • Moisés= representando a Torá (o pentateuco), a Lei dada por D'us no Sinai para Seu povo. Outro fato que o torna uma figura influente e representante desses escritos é o fato de que ele venceu a morte, ressuscitando dentre os mortos e subindo aos céus, sendo o primeiro a ressuscitar. Um representante vivo das Escrituras, mostrando, simbolicamente, que a Palavra ainda vive. (Judas 1:9)

  • Elias=representando os livros dos profetas, sendo um dos profetas que mais representou a importância do ministério profético e da missão de um verdadeiro profeta, pois Elias combateu a idolatria na terra de Israel e se opôs à Jezabel e Acabe. Além disso ele subiu aos céus, não passando pela morte, sendo outro representante das Escrituras, mostrando novamente, de forma simbólica, que a Palavra de D'us é viva! (II Reis 2:9-11).
Vejamos alguns versículos que nos ajudam a entender melhor: 


"Não pensem que vim abolir a Lei ou os Profetas; não vim abolir, mas cumprir.

Digo-lhes a verdade: Enquanto existirem céus e terra, de forma alguma desaparecerá da Lei a menor letra ou o menor traço, até que tudo se cumpra.

Todo aquele que desobedecer a um desses mandamentos, ainda que dos menores, e ensinar os outros a fazerem o mesmo, será chamado menor no Reino dos céus; mas todo aquele que praticar e ensinar estes mandamentos será chamado grande no Reino dos céus."

(Mateus 5:17-19)



"[...] Assim, em tudo, façam aos outros o que vocês querem que eles lhes façam; pois esta é a Lei e os Profetas." 
(Mateus 7:12)


"[...] Destes dois mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas."
(Mateus 22:40)


"A Lei e os Profetas profetizaram até João. Desse tempo em diante estão sendo pregadas as boas novas do Reino de Deus, e todos tentam forçar sua entrada nele.

É mais fácil o céu e a terra desaparecerem do que cair da Lei o menor traço."

(Lucas 16:16,17)



"E disse-lhes: 'Foi isso que eu lhes falei enquanto ainda estava com vocês: Era necessário que se cumprisse tudo o que a meu respeito estava escrito na Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos'."

(Lucas 24:44)



"Filipe encontrou Natanael e lhe disse: 'Achamos aquele sobre quem Moisés escreveu na Lei, e a respeito de quem os profetas também escreveram: Jesus de Nazaré, filho de José'." 

(João 1:45)



"Depois da leitura da Lei e dos Profetas, os chefes da sinagoga lhes mandaram dizer: 'Irmãos, se vocês têm uma mensagem de encorajamento para o povo, falem'."

(Atos 13:15)



"Assim combinaram encontrar-se com Paulo em dia determinado, indo em grupo ainda mais numeroso ao lugar onde ele estava. Desde a manhã até à tarde ele lhes deu explicações e lhes testemunhou do Reino de Deus, procurando convencê-los a respeito de Jesus, com base na Lei de Moisés e nos Profetas."

(Atos 28:23)



"[...] Mas agora se manifestou uma justiça que provém de Deus, independente da lei, da qual testemunham a Lei e os Profetas, [...]"

(Romanos 3:21)



"

Respondam: 'À lei e aos mandamentos!' Se eles não falarem conforme esta palavra, vocês jamais verão a luz!" 
(Isaías 8:20)


"Não havendo profecia o povo se corrompe; mas o que guarda a Lei, esse é bem-aventurado"
(Provérbios 29:18)


"E ele lhes disse: Ó néscios, e tardos de coração para crer tudo o que os profetas disseram!

Porventura não convinha que o Cristo padecesse estas coisas e entrasse na sua glória?

E, começando por Moisés, e por todos os profetas, explicava-lhes o que dele se achava em todas as Escrituras."

(Lucas 24:25-27)



"Abraão respondeu: ‘Eles têm Moisés e os Profetas; que os ouçam’.

‘Não, pai Abraão’, disse ele, ‘mas se alguém dentre os mortos fosse até eles, eles se arrependeriam’.

Abraão respondeu: ‘Se não ouvem a Moisés e aos Profetas, tampouco se deixarão convencer, ainda que ressuscite alguém dentre os mortos’. "

(Lucas 16:29-31

)

Nossa! Quantos versículos, não é mesmo!? Essa era a visão que João e os primeiros cristãos tinham a respeito da divisão dos livros sagrados. 
Sendo os livros de Moisés mais sagrados, por terem sido escritos no próprio monte Sinai, e os demais livros sendo somente acréscimos de altíssima importância, para que assim o povo não desviasse da Lei novamente, dando cada vez novos conselhos, novas perspectivas e também enchendo os corações de esperança para que aguardassem a vinda do Messias vindouro. 



No Monte da Transfiguração:


Uma das histórias mais fantásticas da Bíblia Sagrada! Porém pouco falada e comentada, devido ao pouco conhecimento a respeito da importância dele. 
No monte da transfiguração, conforme mencionado nos evangelhos (Mt 17:1-8; Mc 9:2-8; Lc 9:28-36), descrevem  que Jesus levou Pedro, Tiago e João a um monte alto, onde ocorreu um grandioso evento diante deles, sua face brilhou como o sol, suas roupas ficaram resplandecentes e ao seu lado aparecem Moisés e Elias. 
Este evento é uma demonstração da glória de Jesus e é visto como uma confirmação divina de sua missão e identidade messiânica aos discípulos presentes. Ou seja, no monte da transfiguração, ambos os personagens que representam as Escrituras Sagradas estavam ao lado de Jesus de Nazaré para confirmar que Ele era o Messias prometido na Lei e nos Escritos dos Profetas. 



As Duas Testemunhas: 


Comparemos então as características das Duas Testemunhas de Apocalipse 11 com as características que obtemos desses dois representantes das Escrituras Sagradas:
  1. Profetizam em pano de saco por 42 meses (1260 dias)
  2. São comparadas a duas oliveiras e aos dois candeeiros. 
  3. Têm autoridade para fechar o céu (parar as chuvas) enquanto profetizarem.
  4. Têm autoridade para transformar as águas em sangue 
  5. Têm autoridade para ferir a terra com flagelos/ pragas/ castigos quantas vezes quiserem.  
  6. Uma besta que surge do abismo as matará.
  7. Os povos da terra se alegrarão com a sua morte e celebrarão.
  8. Seu corpo ficará jogado nas praças por 3 dias e meio. 
  9. Após os três dias e meio elas ressuscitam e são levadas ao céu. 


1. Profetizam em pano de saco por 42 meses (1260 dias)

42 meses/1260 dias/1 tempo, 2 Tempos e metade de um tempo- Se referem ao mesmo tempo profético, pois são a mesma quantidade de tempo na profecia. Pressupondo que a profecia aqui se refira a dias proféticos e não literais, poderemos assumir uma interpretação simbólica de acordo com os textos de Ezequiel 4:6 e Números 14:34, de que os dias proféticos mencionados no texto se referem a anos literais. Ou seja, 1.260 dias seriam o mesmo que 1.260 anos literais. 

Em outros textos, onde é mencionado novamente esse mesmo período profético, podemos analisar que se referem a uma perseguição executada por um poder político e religioso. (Dn 7:25; 12:7; Ap. 11:3; 12:6, 14; 13:5). 

Ao analisarmos a história, podemos concluir, que ela teve início em 538d.C.
No contexto histórico de 538 d.C., ocorreram eventos cruciais que fortaleceram o papel do papado na Europa medieval. O papa Símaco, apesar das acusações de conduta imoral, conseguiu manter sua autoridade, submetendo-se ao julgamento do rei ariano Teodorico. Essa situação destacou um debate sobre a autoridade papal, se um papa poderia ser julgado por um rei ou outros bispos. Enquanto isso, o imperador Justiniano I, que buscava restaurar o Império Romano e unificar a Igreja, legalizou oficialmente a supremacia do papa em 534, reconhecendo-o como "cabeça de todas as Sagradas Igrejas". 

Em 538, um marco significativo foi a libertação de Roma do domínio ostrogodo herético, permitindo que a Igreja de Roma desenvolvesse sua supremacia eclesiástica. Esse evento histórico foi crucial para o estabelecimento do poder temporal do Bispo de Roma, pavimentando o caminho para o papado medieval. Esses desenvolvimentos não apenas consolidaram o papel do papado na esfera religiosa, mas também o posicionaram como uma figura de autoridade política influente na Europa Ocidental durante a Idade Média.

Imperador e Justiniano I 

O período profético de "um tempo, dois tempos e metade de um tempo" mencionado em Daniel 7:25 pode ser interpretado como representando 1.260 anos da história medieval. Esta interpretação focaliza-se inicialmente na derrota dos ostrogodos por Belisário em 538 d.C., um evento chave associado à implementação do Código Justiniano. Este código estabeleceu o papado como uma autoridade legal e eclesiástica centralizada, conferindo-lhe poderes significativos sobre a cristandade ocidental. O início desse período foi marcado por uma série de debates entre os pensadores cristãos até a ascensão de Napoleão, que capturou o papa Pio VI em 1798, simbolizando o fim dos 1.260 anos de autoridade papal estabelecida.

No entanto, alguns estudiosos, incluindo alguns adventistas, questionaram se a data de 538 realmente iniciou um período de importância profética clara, dado o contínuo conflito com os ostrogodos e eventos subsequentes. A interpretação jurídica propõe que o marco mais significativo não foi necessariamente militar, mas sim legal: a promulgação efetiva do Código Justiniano após a queda de Roma em 538 permitiu ao papado exercer autoridade legal e eclesiástica por mais de mil anos. Esta abordagem sugere que o cumprimento da profecia está mais vinculado a marcos legais do que a eventos militares específicos, oferecendo uma base interpretativa que não desconsidera, mas complementa, a visão tradicional centrada em batalhas e conquistas militares.


A interpretação da profecia das duas testemunhas em Apocalipse 11, especialmente o fato de estarem profetizando "em pano de saco", geralmente é entendida dentro do contexto do período conhecido como "Idade das Trevas" ou "Idade Média". Segundo essa interpretação, as duas testemunhas são frequentemente identificadas como representações simbólicas da Lei e os Profetas, ou seja, a Bíblia como um todo sendo testemunhada perante o mundo cristão da época.

A referência ao "pano de saco" é vista como uma simbologia de luto e penitência. Durante a Idade Média, houve um período em que a Bíblia foi obscurecida para as massas, com a verdade bíblica sendo muitas vezes negligenciada em detrimento de tradições humanas e ensinos que distorciam a verdade cristã original. Os adventistas do sétimo dia, historicamente adeptos do historicismo na interpretação profética, veem esse tempo como uma época em que o verdadeiro testemunho das Escrituras foi suprimido ou distorcido por um sistema eclesiástico que promoveu ensinos e práticas contrárias ao que as Escrituras ensinam.





Portanto, "profetizar em pano de saco" pode ser entendido como um simbolismo de testemunho em meio a condições de luto e pesar pela verdade espiritual perdida ou obscurecida naquela época. Isso reflete um período em que a verdade bíblica não foi amplamente acessível ou ensinada como deveria, e os que buscavam promover o verdadeiro evangelho enfrentavam adversidades e perseguições.

Essa interpretação destaca o período medieval como uma fase crucial na história da igreja cristã, onde o testemunho da verdade bíblica foi mantido por remanescentes fiéis, mesmo em face de oposição e dificuldade, até que houvesse um avivamento subsequente e uma restauração da compreensão bíblica durante o período da Reforma Protestante e além.




2. São comparadas a duas oliveiras e aos dois candeeiros.




As oliveiras produzem as azeitonas que formam o azeite que é usado para iluminar as lâmpadas, as quais necessitavam do azeite para serem acesas e permanecerem assim. 
Isso é um símbolo da luz que ilumina o caminho dos justos e do azeite que mantém essa luz acesa. 
O azeite é símbolo do Espírito Santo e a lâmpada representa a Palavra de D'us. 

"Lâmpada para os meus pés é a tua palavra e luz, para o meu caminho"
(Salmos 119:10)

Esses versos parecem estar fazendo uma clara referência ao que vemos no texto de Zacarias:
'
"O anjo que estivera comigo tornou a despertar-me, como se eu tivesse estado a dormir: 'Que vês tu agora?'
 Respondi: 'Um candelabro todo em ouro e um reservatório de azeite para alimentar as luzes através de sete tubos. Vejo igualmente duas oliveiras, uma de cada lado'
Então perguntei ao anjo: 'Meu senhor, qual o significado disto?'
'Não sabes o que simbolizam?', perguntou o anjo.
'Não, senhor, não sei!'
Então ele disse-me: "Esta é a mensagem do SENHOR para Zorobabel: Não pela força, nem pelo meu poder, mas pelo Espírito, diz o SENHOR dos exércitos."
(Zacarias 4:1-6)


3. Têm autoridade para fechar o céu (parar as chuvas) enquanto profetizarem

Essa característica é uma clara referência ao profeta Elias, que durante os dias que profetizou na terra de Israel, disse ao rei Acabe que não choveria (I Reis 17:1). 




Uma outra clara referência ao poder de D'us manifestado através do profeta Elias, que, aqui, representa simbolicamente os escritos dos profetas. 


4. Têm autoridade para transformar as águas em sangue

Uma clara referência a Moisés, que durante a primeira praga do Egito, pelo poder divino, transformou as águas do rio Nilo em sangue, fazendo com que os egípcios somente, tivessem que sofrer as consequências por não libertar o povo de D 'us (Êxodo 7:14-25). 
 

Moisés aparece aqui como um representante da Torah (Lei/Pentateuco), entregue no monte Sinai para o próprio Moisés. 



5. Têm autoridade para ferir a terra com flagelos/ pragas/ castigos quantas vezes quiserem.
Outra clara referência ao poder divino, que foi manifestado através de Moisés, durante as 10 pragas que assolaram o Egito. Nessas pragas, o D'us de Israel mostra seu poder diante dos deuses egípcios (Êxodo 7-10). 


Moisés aparece aqui como um representante da Torah (Lei/Pentateuco), entregue no monte Sinai para o próprio Moisés. 



6. Uma besta que surge do abismo as matará
7.Os povos da terra se alegrarão com a sua morte e celebrarão.

Como vimos anteriormente, o final dos 1.260 anos se encerra em 1798, precisamos entender qual o contexto histórico e que grandes eventos envolvem tanto o final da data profética, como o surgimento dessa besta que sobe do abismo. 

Ao analisarmos corretamente a data profética, chegaremos ao ano de 1798, onde vimos mais cedo que se refere à prisão do papa Pio VI na França em decorrência da revolução francesa. E é justamente nesse contexto que estamos nessa profecia, a revolução francesa. 



A besta que surge do abismo pode se referir claramente aos ideais iluministas franceses que tomaram conta da França nessa época. Mostrando uma França movida por ideais revolucionários que desafiam a religião e agitam os ideais de secularização e separação entre igreja e Estado. 

Essa instabilidade política e social pode ser representada pelo abismo, do qual surge essa besta, diferentemente das outras duas bestas que irão aparecer posteriormente no livro de Apocalipse no capítulo 13, onde uma surge da terra e outra surge do mar, reforçando a ideia de que esse poder, essa besta, surge de algo que não é firme, sólido ou estável, assim como o abismo. 

Essa besta, peleja contra as duas testemunhas e as mata, representando claramente o que aconteceu durante a revolução francesa, pois a ideia da revolução visava acabar com o conceito de religião, já que isso era visto como um atraso para o novo Estado e isso atrapalharia a revolução com as ideias "retrógradas", "antiquadas" e "persuasivas" da própria religião. 

Nesse sentido, os revolucionários decidiram destituir todos os padres, pastores e bispos da França, além de prenderem o próprio papa Pio VI e matarem centenas de fiéis na guilhotina simplesmente por não deixarem de prestar cultos em seus locais de adoração. 


Durante a Revolução Francesa, especificamente durante o período da Convenção Nacional (1792-1795), ocorreu um evento simbólico conhecido como a Culto da Razão. Este culto foi uma tentativa de substituir o catolicismo e outras religiões estabelecidas por uma forma de adoração secular baseada na razão e na filosofia iluminista.

Um dos eventos mais emblemáticos desse período foi a instalação da Estátua da Deusa da Razão na antiga Catedral de Notre-Dame, em Paris. A catedral foi renomeada como Templo da Razão, e em novembro de 1793, foi realizada uma cerimônia onde uma atriz, representando a personificação da Razão, foi coroada e venerada no altar principal da catedral.

Essa cerimônia e a representação da Deusa da Razão foram atos simbólicos destinados a marcar a transição da adoração religiosa tradicional para uma adoração secular baseada na razão e nos princípios da Revolução. Esse episódio reflete a tentativa dos revolucionários de promover uma nova ordem social e cultural, removendo os símbolos e instituições associados ao antigo regime monárquico e à Igreja Católica.

Entre os atos dos revolucionários, encontramos as queimas de livros sagrados, como a própria Bíblia Sagrada. O que é justamente o cumprimento da profecia presente nos versos 7-9 de Apocalipse 11. 


8. Seu corpo ficará jogado nas praças por 3 dias e meio. 
9. Após os três dias e meio elas ressuscitam e são levadas ao céu.
Torna-se fácil compreender essa passagem após estudarmos sobre os 1260 anos contidos nessa profecia lá no início né? Agora, já compreendemos que dias proféticos se referem a anos literais. Ou seja, 3 dias e meio, é o mesmo que 3 anos e meio. 
Ou seja, após 3 anos e meio essas testemunhas (As Escrituras). seriam ressuscitadas e subiriam aos céus. 


E esse período é, geralmente, computado desde o dia 26 de novembro de 1793, quando um decreto, emitido por Paris, aboliu a religião do país, até o dia 17 de junho de 1797, quando o governo francês removeu as restrições contra a prática da religião. 

 De igual modo, após esse período, a Palavra de D'us foi exaltada e, apesar dos esforços de Satanás para destruí-la, a Bíblia é, hoje, o livro mais lido e vendido em todo o mundo. 

Durante a Revolução Francesa, especialmente no período conhecido como o Reinado do Terror (1793-1794), ocorreu um movimento para substituir o culto cristão tradicional por um culto secular à Razão. Esse culto à Razão foi uma manifestação do desejo dos revolucionários de romper com a antiga ordem monárquica e religiosa, e promover os ideais da razão, da ciência e da liberdade individual.

 Contexto Histórico

Durante séculos, a Igreja Católica havia desempenhado um papel central na vida cultural, política e social da França, exercendo grande influência sobre a população. No entanto, a Revolução Francesa procurou redefinir a relação entre a religião e o estado, buscando separar a igreja do controle político e da influência direta sobre as instituições públicas.

Culto à Deusa da Razão

O culto à Razão foi uma tentativa de instituir uma nova religião cívica baseada na razão e na virtude, em oposição ao dogma e à superstição percebidos da religião tradicional. Esse culto foi formalmente inaugurado em novembro de 1793 na Catedral de Notre-Dame, em Paris. Durante a cerimônia, a estátua da Virgem Maria foi removida do altar e substituída por uma representação simbólica da Deusa da Razão.

 Principais Características do Culto à Razão:

  1. Celebrações e Rituais: As cerimônias do culto à Razão ocorriam em templos dedicados à Razão, muitas vezes em antigos edifícios religiosos convertidos para esse fim. Essas cerimônias incluíam cânticos, discursos e representações simbólicas.
  2. Valores Promovidos: O culto enfatizava valores como a liberdade, a igualdade e a fraternidade, inspirados nos princípios da Revolução Francesa. A razão era vista como a guia para a conduta humana, em contraposição à autoridade da igreja.
  3. Propaganda e Educação: O governo revolucionário promoveu ativamente o culto à Razão através de propaganda, educação pública e eventos cívicos, buscando assimilar esses novos ideais na consciência coletiva.




Substituição dos Cultos Cristãos

O culto à Razão representou uma tentativa de substituir não apenas os cultos cristãos, mas também a estrutura de autoridade da Igreja Católica na sociedade francesa. Os revolucionários viam a religião tradicional como um pilar de apoio ao antigo regime e às desigualdades sociais que a Revolução procurava abolir.

 Legado e Críticas

Embora o culto à Razão tenha sido uma experiência efêmera, ele reflete a tentativa radical de redefinir as bases da sociedade francesa sem o peso da tradição religiosa institucionalizada. No entanto, o culto à Razão também foi criticado por seus excessos e pela tentativa de impor uma nova forma de religião secular.

Em resumo, o culto à Deusa da Razão na França durante a Revolução Francesa foi uma expressão de uma busca por novos valores e uma nova ordem social baseada na razão e na liberdade individual, substituindo os cultos das igrejas e a fé cristã como parte da transformação radical da sociedade francesa na época.

Durante a Revolução Francesa, houve uma série de decretos e medidas que impactaram profundamente a religião e a prática religiosa na França. Aqui estão os detalhes sobre os decretos de 1793 e 1797:

Decreto de 1793

O Decreto de 1793 foi parte de um movimento mais amplo para separar a Igreja do Estado e para suprimir a influência da religião tradicional, principalmente a Igreja Católica, que era vista como uma instituição associada ao antigo regime monárquico. Este decreto, conhecido como "Lei da Fraternidade e da Liberdade de Culto", foi promulgado em 21 de fevereiro de 1795 e reforçou a política de secularização radical adotada pelos revolucionários.

 Principais Pontos do Decreto de 1793:

1. Abolição do Culto Cristão: O decreto de 1793 formalmente aboliu o culto cristão e todos os outros cultos religiosos na França. Templos e igrejas foram fechados e convertidos para outros usos ou para o culto à Razão.

2. Queima de Bíblias e Objetos Religiosos: Como parte da campanha para desacreditar a religião cristã, houve casos de bíblias e outros objetos religiosos sendo queimados em manifestações públicas. Essas ações simbólicas buscavam marcar uma ruptura radical com o passado religioso e monárquico.

3. Culto à Razão: Em vez de práticas religiosas tradicionais, o culto à Razão foi promovido como uma alternativa secular, enfatizando a razão, a ciência e os ideais revolucionários de liberdade e igualdade.



 Decreto de 1797
O contexto político e social mudou significativamente entre 1793 e 1797, com a fase mais radical da Revolução Francesa começando a ser substituída por um período mais moderado e de estabilidade sob o Diretório.

Principais Pontos do Decreto de 1797:

1. Reconhecimento da Liberdade Religiosa: O Decreto de 1797, também conhecido como "Concordata de 1797", foi um esforço para restaurar certa estabilidade após os anos de tumulto revolucionário. Este decreto permitiu a liberdade de culto para todas as religiões, incluindo o catolicismo, que era a religião predominante na França.


2. Fim do Culto à Razão: Com o decreto de 1797, o culto à Razão foi oficialmente abandonado como uma política estatal. Templos que haviam sido convertidos para o culto à Razão foram gradualmente devolvidos às suas comunidades religiosas anteriores.


3. Reconstrução da Estrutura Eclesiástica: O governo começou a negociar com a Igreja Católica para restaurar uma forma de estrutura eclesiástica na França. Isso culminou na Concordata de 1801, assinada por Napoleão Bonaparte, que redefiniu as relações entre a Igreja e o Estado francês.



Os decretos de 1793 e 1797 representam duas fases distintas da Revolução Francesa em relação à religião. Enquanto o primeiro marcou uma tentativa radical de secularização e eliminação da influência da religião tradicional, o segundo refletiu uma tentativa de restaurar a estabilidade política e social, incluindo a reintegração da prática religiosa dentro de limites aceitáveis para o novo regime. Esses eventos mostram como a Revolução Francesa não apenas mudou a estrutura política da França, mas também teve um impacto profundo na cultura e na religião do país.

O Decreto francês de 1797, também conhecido como a Concordata de 15 de julho de 1797, teve um impacto significativo na história das Sociedades Bíblicas que conhecemos hoje. 

 Impacto na Criação das Sociedades Bíblicas

1. Clima de Liberdade Religiosa: Após a Concordata de 1797, houve um ambiente mais favorável para a circulação e a distribuição da Bíblia na França. Anteriormente, sob o regime revolucionário, houve uma proibição ou severas restrições à impressão e disseminação de textos religiosos.

2. Renovação do Interesse na Bíblia: Com o restabelecimento da liberdade religiosa, surgiu um novo interesse na leitura da Bíblia entre os cristãos franceses. Isso incluiu o desejo de ter acesso a Bíblias impressas e distribuídas de maneira mais ampla.

3. Influência Indireta na Formação das Sociedades Bíblicas: Enquanto as primeiras Sociedades Bíblicas formais foram fundadas no início do século XIX, principalmente na Inglaterra (como a Sociedade Bíblica Britânica e Estrangeira em 1804), o clima de liberdade religiosa resultante da Concordata de 1797 pode ter inspirado o movimento que culminou na criação dessas sociedades.

O Decreto francês de 1797, ao restaurar a liberdade religiosa na França após anos de perseguição durante a Revolução Francesa, criou um ambiente propício para a propagação da Bíblia e o interesse renovado em seu estudo e disseminação. Embora as Sociedades Bíblicas tenham se desenvolvido mais tarde e em diferentes contextos, o período de liberalização religiosa na França desempenhou um papel indireto ao inspirar movimentos semelhantes em outros países, onde as Sociedades Bíblicas se tornaram uma força significativa na distribuição e promoção das Escrituras Sagradas ao redor do mundo.


Conclusão:

As duas testemunhas de Apocalipse 11, simbolicamente representando os livros de Moisés e dos profetas, têm sido interpretadas como uma figura emblemática no contexto da Revolução Francesa. Este período histórico reflete a influência contínua da Bíblia na formação de ideias políticas e sociais. Hoje, a importância de estudar profundamente as Escrituras permanece crucial, não apenas para compreender a história e a cultura, mas também para discernir os valores universais que continuam a moldar a ética e a moralidade contemporâneas.
Espero que você tenha compreendido melhor o assunto abordado e considere a ideia de estudá-lo mais afundo e assim tirar grandes ensinamentos práticos. Que o Eterno lhe abençoe, querido leitor!


Referências:
SMITH, Uriah. Daniel e Apocalipse: interpretações proféticas. 2. ed. São Paulo: Casa Publicadora Brasileira, 1944.

WHITE, Ellen G. et al. Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia: volume 7 (Apocalipse). 2. ed. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 1976.

MOORE, Marvin. Apocalipse 13: uma interpretação adventista. 1. ed. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 1997.

DOUKHAN, Jacques. Segredos do Apocalipse: desvendando mistérios bíblicos. 1. ed. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 2002.

GOODMAN, Martin. A História do Judaísmo. 1. ed. São Paulo: ed. Crítica , 1993.

EPSTEIN, Isidore. Breve História do Judaísmo. 2. ed. São Paulo: ed. Livraria Sêfer , 1950.

JOSEFO, Flávio. A História dos Hebreus.  2. ed. São Paulo: ed. CPAD, 2000.

LEFEBVRE, Georges. 1789: O surgimento da Revolução Francesa. Tradução de Hélio de Seixas Guimarães. São Paulo: Editora Perspectiva, 1989.

VOVELLE, Michelle. A Revolução Francesa. Tradução de Antonio Dimas. São Paulo: Editora Paz e Terra, 1987.

GALLO, Max. Revolução Francesa. Tradução de Sérgio Tellaroli. Rio de Janeiro: Editora Record, 2003.

GRESPAN, Jorge. Revolução Francesa e Iluminismo. São Paulo: Editora EdUSP, 2001.

CARTHIER, Roger. Origens Culturais da Revolução Francesa. Tradução de Luiz Carlos Merten. São Paulo: Editora Paz e Terra, 1988.




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